Miro’s Pub

Um lugar para discutir um Wicked Problem

Victor (B) Athayde
5 min readOct 24, 2020

Nota do autor: O projeto apresentado a seguir é resultado de um design sprint lab — um laboratório de uma semana — conduzido em um Bootcamp de UX/UI na Ironhack.

Imagine-se submerso em uma piscina de água branca, sem fundo, sem sensação de queda, ascensão ou deslocamento lateral ou diagonal, apenas submerso.

Branco.

(Apenas um branco, não a variedade de branco que um Inuit (“esquimó”) consegue identificar.)

Você só enxerga essa cor, sem fim, independente do lado que você olhe.

Não se preocupe, pode respirar normalmente.

De repente, você olha para o lado esquerdo e descobre que tem um balcão ali.

Branco. Prateleiras e utensílios brancos.

Apoiadas em uma das prateleiras do balcão estão garrafas. Você pode mudar a cor, selecionar uma variedade de rótulos e estilos.

Em outra prateleira estão copos, pratos e bandejas. Basta segurá-las, apertá-las e esticá-las para alterar seus formatos.

Na última prateleira, cadeiras e mesas de diferentes tamanhos podem ser tiradas desse armário, basta puxá-las e esticá-las.

Agora só falta a sua iniciativa em arranjar tais objetos de uma forma convidativa e chamar uns amigos para conversar.

Melhor parar com a abstração por aqui, né?

O objetivo desse modelo mental é fazer você, leitor, entender um pouco da sensação de mexer, interagir, em um espaço-aplicativo de whiteboarding.

O que é uma Plataforma de Whiteboarding?

Não estamos falando da invenção de meados de 1960, remetida à um veterano de guerra coreano e à um fotógrafo — aquela que substituiu muitos quadros negros, pensados inicialmente em 1840, e que é a favorita de pessoas com rinite.

Estamos falando da sua herdeira: um quadro branco virtual e colaborativo.

Mas por que usar a metáfora de um bar? Poderia ter utilizado uma papelaria de scrapbooking que possui workshops esporádicos?

Poderia, porém as portas de um pub estão sempre abertas e esse ponto de encontro pode virar uma ótima chamada para uma reunião de trabalho:

Bora pro Bar do Miró!

Com o nome inspirado pelo pintor espanhol Joan Miró, Miro é uma tela em branco virtual, facilitadora de trabalho de equipes remotas, canal de comunicação, colaboração e interação.

Além de munir seus usuários com uma caixa ferramentas, possui um interessante e extenso acervo de templates e integrações com outros apps.

Wicked Problem

Sem tradução (oficial) direta para o português, um “problema maldoso” é um problema contraditório, difícil de resolver e, de certa forma, vingativo, pois seus requisitos são tão mutáveis quanto um vírus.

Ou seja, qualquer solução para esse wicked problem terá uma obsolescência programada.

Museus

Museus e suas exposições tem o intuito de coletar, expor e manter o patrimônio de um grupo cultural A e, com isso, engajar pessoas de um grupo cultural B.

O que nos leva a seguinte questão:

Como poderíamos ajudar museus e instituições do gênero a aproximar as pessoas e cumprir sua missão de preservar e ativar o patrimônio cultural no XXI?

Screenshot 1: Museu — Mind Map

Após visualizar a diversidade de museus acima, entender o conceito de patrimônio cultural se torna importante:

Screenshot 2: Patrimônio Cultural — Mind Map
Screenshot 3: Fluxo do Design Thinking

Explorar & Descobrir

Utilizando o processo de Design Thinking para chegar a uma possível solução, temos a seguinte questão:

Como saber o que e como pesquisar para entender o que cria, fortalece ou enfraquece esse engajamento das pessoas com os museus?

Post-its compartilhados e agrupados!

Screenshot 4: Fluxo de Pesquisa

Como reunir as informações (pesquisa quantitativa), os insights das entrevistas (pesquisa qualitativa) e decidir o que devemos considerar?

Screenshot 5: Reunindo e agrupando dados da pesquisa

Definir

Uma vez que coletados e relacionados, é o momento de entender e criar empatia com as dores das pessoas pesquisadas/entrevistadas:

Screenshot 6: Mapa da Empatia

Imaginar quem poderia incorporar essas características e personalidade:

Screenshot 7: Perfil da Ingrid (Persona)

Traçar uma possível jornada/experiência (da casa dela) para um museu:

Screenshot 8: Jornada do Usuário

E, dessa forma, colaborar, enquadrar e sintetizar o problema em uma tempestade de ideias (brainstorming):

Screenshot 9: Sintetizando o Problema

Chegando na seguinte declaração de problema:

Como poderíamos melhorar a experiência com o patrimônio cultural (museus) de forma que seus usuários sejam mais bem sucedidos em relação a acessibilidade, interação e interesse.

Uma Possível Solução

Nada como utilizar a técnica de mind-mapping para organização das ideias, iniciando assim o a fase de ideação:

Screenshot 10: Proposta — App de Roteirização Interativa de Museus (Proposta)

Daqui em diante, o processo vai ser desenhar, prototipar, testar, iterar e então implementar a entrega de uma versão beta.

E nada como um KanBan para ajudar a organizar:

Screenshot 11: Kanban (tabela de cartões de organização)

Se você estava esperando uma conclusão rápida e finita, tenha em mente que projetar qualquer coisa é um processo de iteração infinito e este artigo é apenas uma sprint.

Obrigado pelo seu tempo e por chegar até aqui!

P.s.: O processo de Design Thinking exposto acima foi realizado de forma colaborativa e interativa durante um Bootcamp de UX da Ironhack — Agradecimentos especiais aos frequentadores do #bar_do_miro (Canal do Slack criado para o projeto): Adriano N. Goes, Luana Brito Souza e Laura Zaar.

--

--

Victor (B) Athayde

A UX / UI Designer. A mad scientist, a curious problem solver, always learning to provide a unique experience.