Smart Break
E o bem-estar mental no ambiente de trabalho
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Nota do autor: O projeto apresentado a seguir é resultado de um design sprint lab — um laboratório de duas semanas — conduzido em trio durante um Bootcamp de UX/UI da Ironhack.
The National Wellness Institute
The National Wellness Institute (Instituto Nacional de Bem-Estar — cliente fictício) é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão:
"Fornecer aos profissionais da área da saúde e bem-estar recursos e serviços especiais que estimulem o crescimento profissional e pessoal".
Através da filiação de membros, oferece treinamento e certificação para profissionais da saúde.
Entretanto, devido a uma dificuldade de acompanhar as mudanças tecnológicas, tem sentido uma queda exponencial no número de membros.
Dessa forma, possui como estratégia de valor fomentar a criação produtos digitais de bem-estar que reflitam uma imagem inovadora, uma abordagem atualizada ao tema.
A Economia Global do Bem-Estar
Antes de explorar dados desse mercado, é importante entender a sua multi-dimensionalidade e que o bem-estar pode ser:
- Físico: manter um corpo saudável por meio de exercícios, nutrição e sono.
- Mental: harmonizar as emoções para uma boa saúde mental.
- Emocional: estar ciente, aceitar, expressar sentimentos e compreender sentimentos alheios.
- Espiritual: buscar significado e propósito existencial.
- Social: interagir com outras pessoas e comunidades de forma significativa, fazer parte.
- Ambiental: criar inter-relações positivas entre a saúde planetária e as ações humanas.
Conforme apresentado pelo Monitor Global da Economia do Bem-Estar do Global Wellness Institute (GWI), é possível observar dados e tendências desse setor que movimenta anualmente cerca de US$4,2 trilhões:
Considerando os desafios de 2020, uma categoria cada vez mais relevante dessa indústria é a do bem-estar mental.
Um relatório de Novembro de 2020, também publicado pelo GWI, “Defining the Mental Wellness Economy” (Definindo a Economia do Bem-Estar Mental) documenta uma pesquisa destinada a medir o mercado global do bem-estar mental.
Esse relatório conclui que a economia global do bem-estar mental vale atualmente US$ 120,8 bilhões, dividindo-a em quatro segmentos:
- Sentidos, espaços e sono: US$ 49,5 bilhões.
- Suplementos e estimulantes cerebrais: US$ 34,8 bilhões.
- Auto-aperfeiçoamento: US$ 33,6 bilhões.
- Meditação e atenção plena: US$ 2,9 bilhões.
Além desses estudos, é possível encontrar outras métricas para avaliar o bem-estar mental global, como o Happy Planet Index (Índice do Planeta Feliz) e o Global Health Index (Índice de Saúde Global), fortalecendo a importância dessa economia.
O Bem-estar mental no ambiente de trabalho
Para enquadrar melhor o problema e direcionar uma solução, foi necessário focar em um cenário no qual o bem-estar mental é essencial: o ambiente de trabalho.
Através de uma pesquisa quantitativa rápida destacaram-se os seguintes gráficos / insights:
Minha rotina é estressante
Para compreender motivações, necessidades e frustrações, foram entrevistados cinco funcionários de empresas diversas – três mulheres e dois homens – e duas psicólogas – especialistas em carreira e recursos humanos.
Sentimentos são complexos para se expressar em dados, sendo necessária uma condensação, uma personificação da pesquisa realizada:
Marta — persona:
"Se a gente colocar na cabeça que temos direito de fazer pausas para relaxar a mente, a gente vai ser muito mais produtivo e conseguir conviver melhor com as outras pessoas".
Ferramenta de empatia e foco no usuário, uma persona possibilita priorizar insights e caraterísticas de um usuário de forma verossímil, através de suas:
Motivações
- Adquirir conhecimento em inteligência emocional.
- Hábitos de leitura.
- Aprender coisas novas.
Necessidades
- Criar e manter o bem-estar mental.
- Gerenciar e controlar seu tempo / produtividade.
- Válvulas de escape rotineiras.
Frustrações
- Pressão, desconforto e sensação de estar sendo vigiada.
- Estresse e falta de disposição no ambiente de trabalho.
- Falta de comunicação entre líderes e subordinados.
A Jornada da Marta
Quem? O que? Por que?
Como ajudar a Marta (usuária) a reduzir os efeitos da rotina do trabalho em sua saúde mental (problema) uma vez que ela sente pressão, desconforto, estresse e falta de disposição (insights)?
Um Palhaço?
Ao utilizar a técnica da Pior Ideia Possível, cria-se uma competição saudável de ideias idiotas e malucas ao redor de um problema.
Ou seja, uma vez que ninguém parecerá bobo no jogo, o processo de criação fica leve, a pressão é reduzida e abre espaço para as risadas geradas pelo ridículo.
Para praticar a técnica da pior ideia possível, basta seguir alguns passos simples:
- Ter o máximo de ideias ruins que puder em um tempo determinado.
- Listar as idéias terríveis.
- Separar e apontar o que torna o pior delas tão ruim.
- Selecionar e votar.
- Misturar, combinar, iterar e ver o que acontece.
E a pior ideia vencedora foi:
Que foi transmutada na seguinte solução:
Fluxo da Marta no App
Rotas Vermelhas
Inauguradas em Londres em 1991, as rotas vermelhas são estradas principais nas quais os veículos não param, permitindo que o tráfego flua livremente, sem obstruções.
Ao aplicar o conceito das Rotas Vermelhas ao design, identificam-se caminhos críticos e frequentes no qual usuários seguem para concluir tarefas.
Assim, as rotas vermelhas de um aplicativo são:
- Críticas: sem essas rotas, o produto não entregaria nenhum valor.
- Tarefas ponta-a-ponta com várias etapas ou ações, não eventos únicos.
- Freqüentemente utilizadas, capturam os casos de uso de mais de 90% dos usuários.
- Construídas para escalar: jornadas de alto volume do usuários, canalizam a maior parte do tráfego da aplicação.
- Principais criadoras de valor: impulsionam as principais métricas de negócios.
- Objetivamente bem-sucedidas: capazes de definir claramente o que significa sucesso.
- Vinculadas às métricas críticas do produto: as rotas vermelhas afetam diretamente os resultados e têm um impacto substancial na experiência do usuário.
Smart Break — o aplicativo
Projetar qualquer coisa é um processo de iteração infinito e este artigo é apenas uma sprint.
Obrigado pelo seu tempo e por chegar até aqui!
P.s.: O projeto Smart Break exposto acima foi realizado em trio e de forma colaborativa durante um Bootcamp de UX/UI da Ironhack — Agradecimentos especiais ao Dev Yago Marinho, pela agilidade e proposta de divisão de trabalho, e à Anny Kopplin, pela resiliência e inspiração.